O período chuvoso no Pará, que se estende até o mês de junho, será menos preocupante para os moradores do entorno da Bacia do Tucunduba, em Belém. O Governo do Estado iniciou esta semana um plano emergencial que visa desobstruir cerca de 50 pontos do canal por onde o rio escoa, facilitando o fluxo da água, principalmente durante as fortes chuvas e os períodos de maré alta na capital. Parado por quatro anos, o projeto de macrodrenagem e urbanização da bacia também será retomado até junh,o com algumas alterações.
De acordo com o titular da Secretaria de Estado de Integração Regional, Desenvolvimento Urbano e Metropolitano (Seidurb), Márcio Spíndola, o plano emergencial deve levar três meses para ser concluído, com a limpeza e dragagem da bacia. Um estudo de batimetria identificou os pontos mais críticos do canal, nos quais os trabalhos de limpeza já começaram desde a segunda-feira, 16.
“Este plano deve reduzir os alagamentos em pelo menos 57% da área da Bacia do Tucunduba. Nós também estamos desenvolvendo um trabalho social, com o apoio de outras secretarias de Estado, para conscientizar as pessoas sobre a responsabilidade que têm em relação à limpeza do canal, e ao fato de que não podem jogar entulho e lixo nessas áreas”, argumentou Márcio, que acompanhou os trabalhos no Tucunduba nesta quarta-feira, 18.
O plano emergencial do Tucunduba é divido em duas vertentes: uma estrutural e outra social. A primeira diz respeito às obras físicas que estão previstas, como a instalação de cinco “stop-logs”, que são mini-barragens de madeira projetadas para evitar a influência da maré, e a dragagem de 50 mil metros cúbicos do canal. Já o social diz respeito ao atendimento que será dado pelo Governo do Estado, por meio dos órgãos de proteção social e de infraestrutura urbana, às famílias que serão remanejadas para que o projeto de urbanização possa ser iniciado, bem como às que ainda permanecerão no local.
Projeto do Tucunduba será retomado com alterações
O titular da Seidurb explicou que o projeto de macrodrenagem e urbanização da Bacia do Tucunduba está previsto desde 2007. Mas por quatro anos ele ficou parado, até que no final de 2010 foi apresentado à Caixa Econômica Federal, que não aprovou as mudanças propostas por considerar que elas não resolveriam o problema de alagamentos. “A atual gestão entendeu que algumas alterações deveriam ser feitas para a melhor execução do projeto. A primeira delas foi tirá-lo da área de execução da Cosanpa e repassá-lo à Seidurb. Nós fizemos um estudo durante quatro meses, em parceria com as universidades, e verificamos todos os fatores que contribuíam para a má fluidez da bacia, que é formada por vários outros canais”, ressaltou Spíndola.
Além da mudança de gestão do projeto, o Governo reincidiu o contrato que havia sido feito em 2010 com uma empreiteira, que ficaria responsável pelas obras de macrodrenagem e também pela construção de 400 unidades habitacionais em um terreno no bairro da Terra Firme. O conjunto, que abrigará as famílias remanejadas da bacia, começou a ser construído, mas logo foi interrompido. A partir de agora um novo projeto está sendo reformulado e até março será apresentado à Caixa Econômica, para captação de financiamento, bem como à comunidade daquela área.
Entre as alterações feitas no projeto está a designação de empreiteiras diferentes para a execução de cada parte dos trabalhos. “Cada uma será escolhida por licitação e deverá atender as expectativas da obra que se habilitou a realizar. Com isso, será muito mais fácil acompanhar a execução do projeto e cobrar o andamento das obras”, pontuou Márcio.
A comunidade está ansiosa para o início das obras, que representa qualidade de vida para inúmeras famílias. “Para nós é um sonho que vai se tornar realidade. Nesse inverno a gente não vai sofrer tanto porque estão fazendo esses trabalhos aqui. Mas a nossa expectativa é com relação à macrodrenagem. Aonde existe união, existe progresso também. Até agora nós temos tido um bom diálogo com o Estado e esperamos prosseguir assim, vendo a nossa comunidade ser beneficiada com as obras de urbanização”, disse a professora Maria José Ramos, 56, que há 13 vive na Travessa Vileta, área que será diretamente beneficiada com o projeto do Tucunduba.
Fonte: Agência Pará
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